O presidente Jair Bolsonaro tem dançado com o diabo em sua missão de indicar juízes para o Supremo Tribunal Federal (STF). O assunto tem gerado muita polêmica, principalmente quando se tratava da indicação evangélica, mas tudo indica que o nome de André Mendonça, o Advogado-geral da União, que é evangélico, vem ganhando força nos bastidores para ocupar uma possível vaga no STF.
Os movimentos religiosos no Brasil são muito ativos e têm crescido nos últimos anos, assim como muitos outros grupos que defendem causas específicas, mas a religião em si, constantemente, vem influenciando a escolha dos políticos na hora da indicação para o STF. Nesse sentido, a escolha do Advogado-geral da União pode ser uma escolha estratégica de Bolsonaro, mas é necessário analisar a opinião dos políticos em torno deste assunto.
Muitos opositores de Bolsonaro e conservadores, em geral, acreditam que a indicação evangélica de Mendonça para a vaga no STF pode ser um ataque à laicidade do Estado brasileiro, mas por outro lado, outros movimentos religiosos defendem a escolha do Advogado-geral da União, já que ele representa em sua posição uma defesa da liberdade religiosa e da fé cristã.
Em outubro de 2019, André Mendonça protagonizou uma controvérsia ao determinar a retirada de obras de arte que retratassem temáticas ligadas à diversidade sexual e de gênero de exposições realizadas no Santander Cultural de Porto Alegre e no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. O episódio rendeu críticas ao Advogado-geral da União, mas também o apoio de muitos grupos religiosos que concordaram com a postura do membro do governo.
Porém, é preciso lembrar que o STF é o guardião da Constituição e, por isso, a escolha dos seus membros precisa estar acima de questões religiosas e ideológicas. Por isso, a escolha do Advogado-geral da União deve ser analisada com critério e baseada em seus conhecimentos jurídicos, acima de questões relacionadas à sua religião.
Em resumo, a indicação de André Mendonça para o STF é uma escolha polêmica do presidente Jair Bolsonaro que gerou opiniões diversas entre políticos e grupos religiosos, mas que deve ser baseada em seu conhecimento jurídico e capacidade técnica para ocupar o cargo. O STF é uma instância importante para todo o país e, por isso, deve ser ocupado por membros que estão acima de questões ideológicas e religiosas.
