Os Inimigos Interiores: O Favorito ao Oscar de 2017

Os ataques terroristas que ocorreram em Paris em novembro de 2015 deixaram não apenas um rastro de destruição e morte, mas também causaram uma profunda mudança na cultura e na política francesas. Uma onda de medo se espalhou pelo país, e diversas medidas de segurança foram implementadas para evitar novos ataques. É nesse contexto que surge Os Inimigos Interiores, filme dirigido por Sélim Azzazi e que é um dos favoritos ao Oscar de 2017.

O filme acompanha a trajetória de diferentes personagens - desde policiais até suspeitos de terrorismo - e mostra como a tensão e a paranoia afetaram a vida de todos eles. A história é contada de forma não-linear, em um jogo de elipses e flashbacks que mantém a atenção do espectador do início ao fim.

Um dos temas mais importantes abordados por Os Inimigos Interiores é a questão dos direitos humanos. O filme mostra como, em momentos de crise, a defesa desses direitos muitas vezes é colocada em segundo plano em nome da segurança nacional. Os personagens são mostrados em situações cada vez mais difíceis, tendo que lidar com a pressão da opinião pública e com a falta de recursos para investigar os casos de terrorismo.

Outro aspecto interessante do filme é a forma como ele lida com a política francesa. As eleições presidenciais de 2017 estão cada vez mais próximas, e os diferentes partidos têm abordado o tema da segurança e do terrorismo de formas bastante distintas. Os Inimigos Interiores mostra como a política pode ser usada como uma ferramenta de manipulação e como isso pode afetar diretamente a vida das pessoas.

Por fim, é importante destacar a qualidade técnica do filme. A direção de Sélim Azzazi é precisa, dando ritmo e coerência a uma história que poderia facilmente se tornar confusa. Os atores também merecem destaque, especialmente Nordine Ben Abdelouahab, que interpreta o principal suspeito de terrorismo e consegue transmitir todo o drama da situação com muita intensidade.

Os Inimigos Interiores é um filme que não tem medo de lidar com temas controversos e complexos. Ao mesmo tempo, ele consegue ser emocionante e instigante, mantendo a atenção do espectador do começo ao fim. É um dos favoritos ao Oscar de 2017, e merece a atenção de todos aqueles interessados em cinema, política e direitos humanos.